ANO NOVO, QUE DAREI AO SENHOR PELOS BENEFÍCIOS QUE ME TEM FEITO?

SL 116.1-19

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Pr. José Antônio Corrêa

 

INTRODUÇÃO:

 

1. Todo final de ano costumamos fazer um inventário de nossa vida, no sentido de avaliarmos como foi nosso comportamento como cristão durante o ano que está terminando. Perguntamos para nós mesmos: Será que nossas metas foram cumpridas? Com certeza muitas de nossas metas com objetivos materiais foram atingidas com êxito. Porém, será que podemos dizer o mesmo de nossas metas espirituais?

 

2. Um novo ano está diante de nós. A mesma tagarelice podemos ouvir de muitos que se dizem filhos de Deus. Muitas promessas são feitas, se é que fazemos, mas muitas delas não passam de votos de tolos, que desagradam profundamente ao Senhor. Devemos estar atentos para a exortação de Salomão: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o”, Ec 5.4.

 

3. É notório que o salmista, conforme nossa leitura inicial, estava preocupado em retribuir a Deus de alguma maneira os bens que dEle tinha recebido. O versículo chave do texto é o 12: “Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito?” Queremos nesta noite, a partir do texto, fazer duas perguntas importantes:

 

I. QUAIS FORAM OS BENEFÍCIOS QUE RECEBEMOS DE DEUS NO ANO QUE CHEGA AO FIM?

 

1. O Senhor ouviu minhas orações, inclinando para mim seus ouvidos, vs. 1-2, “1 AMO ao SENHOR, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica. 2 Porque inclinou a mim os seus ouvidos; portanto, o invocarei enquanto viver”.

 

Com certeza, muitas de nossas orações foram atendidas pelo Senhor! Oramos pelo suprimento de pão sobre nossas mesas, pela saúde, pela manutenção do emprego e tantos outros pedidos foram dirigidos ao Pai, que com amor nos enviou a resposta. Podemos dizer como Davi: “Bendito seja o SENHOR, porque ouviu a voz das minhas súplicas”, Sl 28.6.

 

2. Ele me livrou de todos os perigos reais que me ameaçaram, vs. 3-6, “3 Os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. 4 Então invoquei o nome do SENHOR, dizendo: Ó SENHOR, livra a minha alma. 5 Piedoso é o SENHOR e justo; o nosso Deus tem misericórdia. 6 O SENHOR guarda aos símplices; fui abatido, mas ele me livrou”. Ver ainda v. 8, “Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda”.

 

Quantos foram os perigos a que estivemos expostos? Acidentes, contendas que poderiam terminar em morte, setas de enfermidades, ataques do diabo, etc. Em todo o tempo, pudemos sentir a mão de Deus nos amparando, guardando, nos levando à vitória. Como filhos vivendo debaixo da obediência, podemos contar sempre com a proteção do Pai. Bem disse o salmista acerca da proteção de Deus aos filhos de Israel e consequentemente a nós seu povo: “Enviou a sua palavra, e os sarou; e os livrou da sua destruição”, Sl 107.20. Não menos importante é a palavra do profeta Jeremias: “Porque o SENHOR resgatou a Jacó, e o livrou da mão do que era mais forte do que ele”, Jr 31.11.

 

3. Deu-me descanso mesmo diante das tribulações, v. 7, “Volta, minha alma, para o teu repouso, pois o SENHOR te fez bem”.

 

Não somente Deus responde nossas orações, nos livrando de toda espécie de males, mas também nos oferece descanso por ocasião de intensas provações e tribulações. Ao passarmos por dificuldades, podemos contar com a ajuda do Senhor. Certa vez Jesus disse a seus discípulos: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”, Mt 11.28. Na sequência Ele acrescentou: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”, v. 29. Isto significa dizer que podemos depositar nosso fardo sobre Jesus que Ele irá carregá-lo em nosso lugar com prazer.

 

II. QUE DAREI A DEUS EM TROCA DE TUDO O QUE ELE ME TEM PROPORCIONADO?

 

1. Devo andar perante a face do Senhor, v. 9, “Andarei perante a face do SENHOR na terra dos viventes”.

Andar perante a face do Senhor requer santidade de vida! Ninguém pode andar diante do Senhor sem apresentar uma vida reta. A Palavra de Deus nos fala de dois homens que andaram com Deus e foram vitoriosos:

 

a) Enoque: “E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou”, Gn 5.24. Tal foi a intimidade deste homem com o Senhor, que ele teve o privilégio de não provar a morte física. Foi transladado, “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus”, Hb 11.5.

 

b) Noé: “Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus”, Gn 6.9. O próprio texto nos mostra a razão pela qual Noé pode andar com Deus: “…era homem justo e perfeito em suas gerações”. A conduta de Noé diante do Senhor foi a razão principal porque ele, juntamente com sua família não pereceu nas águas do dilúvio: “E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios”, 2Pe 2.5.

 

2. Devo cumprir meus votos, v. 14, “Pagarei os meus votos ao SENHOR, agora, na presença de todo o seu povo”. Ver ainda v. 18, “Pagarei os meus votos ao SENHOR, na presença de todo o seu povo”.

 

Quantos votos já fizemos ao Senhor que não passaram de votos de tolos? Quantas vezes prometemos ser dizimistas fiéis e não pudemos ser? Quantas vezes prometemos a Deus nos santificar e isto não passou de uma vil promessa? Quantas vezes prometemos ao Senhor frequentar regularmente os cultos e não passamos de domingueiros? Ao fazermos qualquer voto a Deus precisamos primar para o cumprirmos, pois, como já vimos em nossa introdução, o Senhor não se agrada de “voto de tolos”, “4 Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o 5 Melhor é que não votes do que votares e não cumprires”, Ec 5.4.

 

3. Vou estar continuamente na casa de Deus, para adorá-lo e incentivar outros irmãos a fazer o mesmo, v. 19, “Nos átrios da casa do SENHOR, no meio de ti, ó Jerusalém. Louvai ao SENHOR”.

 

Precisamos ter prazer em estar na casa de Deus, assim como Davi. Dois textos dentre muitos outros nos mostram o amor que Davi tinha pela casa de Deus:

 

a) “Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo”, Sl 27.4.

 

b) “ALEGREI-ME quando me disseram: Vamos à casa do SENHOR”, Sl 122.1.

 

Ao olharmos para o comportamento da Igreja Primitiva, iremos notar que os irmãos estavam juntos diariamente louvando e glorificando o nome do Senhor, “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum”, At 2.44. Ver ainda o verso 46: “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração”. Observe no versículo 44 a expressão “todos os dias no templo”, o que mostra a periodicidade com que realizavam suas reuniões.

 

Para nossa reflexão perguntamos: Com que frequência participamos dos nossos cultos? Será que temos mais prazer em assistir um capítulo de novela do que vir a um culto no meio de semana? Ou ainda, será que trocamos a permanência na casa de Deus por um churrasco, uma festa, ou um piquenique? Certamente muitos se apresentam diante de Deus como aqueles convidados para a ceia: “16 Porém, ele lhe disse: Certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. 17 E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. 18 E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. 19 E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. 20 E outro disse: Casei, e portanto não posso ir”, Lc 14.16-20. Podemos prever o fim daqueles convidados e de muitos que desprezam o culto a Deus: “Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia”, v. 24.

 

CONCLUSÃO:

 

1. É tempo de reflexão! Muitos benefícios o Senhor tem feito em nosso favor. Em troca de seus benefícios, o que temos oferecido a Ele? Lembro-me aqui de Davi quando foi oferecer um sacrifício a Deus. Ao chegar junto à eira de Araúna, o jebuseu, local em que seria realizado o sacrifício, este lhe ofereceu gratuitamente o campo, os utensílios e os animais necessários para a efetivação do sacrifício. Todavia, Davi de forma contundente lhe respondeu: “24 …Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinquenta siclos de prata. 25 E edificou ali Davi ao SENHOR um altar, e ofereceu holocaustos, e ofertas pacíficas. Assim o SENHOR se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel”, 2Sm 24.24-25.

 

2. Que possamos assumir um compromisso sério com Deus no sentido de levar uma vida santificada no próximo ano, dedicando nossas vidas em seu altar! Que ofereçamos o melhor que somos e temos para o Senhor, e não aquilo que é imprestável somado às sobras!