PARA OS PÉS, O EVANGELHO DA PAZ
EF 6.15; IS 52.7
Pr. José Antônio Corrêa
COMO DEVEM SER OS PÉS DO GUERREIRO
CRISTÃO?
Da mesma maneira que as
outras partes do corpo, os pés dos soldados também deveriam estar protegidos.
Observe o texto: “Calçai
os pés com a preparação do evangelho da paz”, Ef 6.15.
Aqui, como nos versículos anteriores, Paulo tinha em mente uma
imagem militar. Com certeza ele estava pensando nos sapatos ou nas botas
utilizadas pelos soldados romanos. Eles usavam uma espécie sapato que se
caracterizava por possuir uma forte aderência ao chão durante as batalhas. Da
mesma forma que os soldados romanos não podiam escorregar, sofrendo queda no
ardor da batalha contra os inimigos, igualmente, os guerreiros cristãos
precisam se manter firmes e inabaláveis na verdade de Deus, a fim de saírem
vencedores numa batalha espiritual. Assim traduz a New English Bible Efésios
6.15: “Que os calçados em seus pés sejam o evangelho da paz, a fim de lhes
darem um apoio firme”.
Se na verdade os pés se constituem o fundamento que nos mantêm
firmes, a fim de que todo o corpo possa permanecer estável, assim também o
“evangelho da paz” é o alicerce de nossa fé cristã e de nossa vida em Deus. Com
certeza, todos e quaisquer pontos da fé evangélica, mesmo considerando quão
importantes sejam, tudo deve ser subjugado ao fundamento principal: a mensagem
do evangelho que produz salvação pela fé em Cristo Jesus, e traz paz ao
coração.. Descartando este fundamento, nada ficará e tudo mais se desintegrará.
COMO O EVANGELHO DA PAZ SE APLICA AOS FILHOS DE DEUS?
Em primeiro lugar, devemos observar que o apóstolo Paulo usa a
expressão “evangelho da paz”. Nas Escrituras, tal expressão vem representar a tranquilidade
que recebemos pertinente com o resultado da vitória sobre o pecado, conquistada
por Cristo na cruz. Trata-se primeiramente da relação de reconciliação entre
homem e Deus. É o que temos em Rm 5.1: “Justificados, pois, mediante a
fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Em segundo lugar tem a ver com a unidade entre nós, que formamos o
povo de Deus na terra. Como filhos de Deus, devemos procurar a paz e mantê-la,
mas, ao mesmo tempo precisamos nos tornar seus verdadeiros promotores. No dizer
de Jesus devemos agir como pacificadores, pois desta maneira seremos
qualificados como “filhos de Deus”, Mt 5.9, “Bem-aventurados os
pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. O afastamento de Deus e a
falta de unidade entre o povo cristão podem colocar em risco nosso chamado para
a fé, nos tornando vítimas das artimanhas diabólicas.
VEJAMOS OUTROS TEXTOS RELACIONADOS
a) A paz é inerente ao caráter de Deus, Is
9.6, “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está
sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Ver ainda Rm 15.33, “E o
Deus da paz seja com todos vós. Amém!”.
b) A paz deve ser “seguida”, 2Tm 2.22, “Foge,
outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com
os que, de coração puro, invocam o Senhor”.
c) A paz deve ser “buscada”, 1Pe 3.11,
“aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por
alcançá-la”. Ver ainda Sl 34.14, “Aparta-te do mal e pratica o que é
bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la”.
d) A paz é sinônimo de “prosperidade”, Sl
37.37, “Observa o homem íntegro e atenta no que é reto; porquanto o
homem de paz terá posteridade”.
e) Assim como a “justiça” e a “alegria”, a
paz é uma das características fundamentais do reino de Deus, Rm 14.17, “Porque o
reino de Deus não é comida, nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no
Espírito Santo”.
f) A verdadeira paz só tem aquele que conhece a Jesus:
- Paz diferente da que há no mundo, Jo 14.27, “Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o
vosso coração, nem se atemorize”.
- Paz em Cristo “em mim”, Jo 16.33, “Estas
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.
-
Paz entre irmãos, e com Deus, Ef 2.14-17, “14 Porque ele é a nossa paz, o qual de
ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a
inimizade, 15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de
ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a
paz, 16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz,
destruindo por ela a inimizade. 17 E, vindo, evangelizou paz a vós outros que
estáveis longe e paz também aos que estavam perto”.