ALGUMAS APLICAÇÕES SIMBÓLICAS DA PÁSCOA NA
CEIA DO SENHOR
Pr. José Antônio Corrêa
Êx
12.1-4, “1
Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: 2 Este mês
será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará
cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada
família. 4 Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á
juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas;
conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro. 5 O cordeiro, ou
cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das
cabras, 6 e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia
da congregação de Israel o matará à tardinha: 7 Tomarão do sangue, e pô-lo-ão
em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem. 8 E
naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas
amargosas a comerão. 9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim
assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura. 10 Nada
dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã,
queimá-lo-eis no fogo. 11 Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os
vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente;
esta é a páscoa do Senhor. 12 Porque naquela noite passarei pela terra do
Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como
dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o
Senhor. 13 Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo
eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos
destruir, quando eu ferir a terra do Egito. 14 E este dia vos será por
memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o
celebrareis por estatuto perpétuo”.
INTRODUÇÃO:
2.
Porém a Páscoa não se resume a um evento simplesmente histórico! Ela nos
apresenta uma simbologia digna de nota. Podemos afirmar que ela aponta para
Cristo em muitos de seus aspectos. Vejamos hoje:
ALGUMAS APLICAÇÕES SIMBÓLICAS DA PÁSCOA NA CEIA DO SENHOR
I. AGREGAÇÃO DA FAMÍLIA
VS. 3-4
“3
Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará
cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada
família. 4 Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á
juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas;
conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro”.
1.
Aqui podemos ver o valor da família para Deus. A unidade da família é um
potencial tremendo no reino de Deus. Não podemos nos esquecer da linguagem e
Paulo:
a)
Somos membros da família de Deus, Ef 2.19, “Assim, pois, não sois mais
estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da
família de Deus”.
b)
Como família invocamos o nome de Deus, Ef 3.14-15, “14 Por esta razão
dobro os meus joelhos perante o Pai, 15 do qual toda família nos céus e na
terra toma o nome”.
2.
Assim como o povo de Israel deveria comer o cordeiro da páscoa, tendo em vista
a agregação familiar, assim também nós como povo de Deus, formamos uma família
que deve se manter unida através da Ceia do Senhor. Participar da Ceia do
Senhor “indignamente” (1Co 11.27), é estar em pecado contra o irmão de
fé, e contra o Senhor. Veja o desejo de Jesus para sua Igreja: “...eu neles, e
tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo
conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a
mim”, Jo 17.23.
II. A PERFEIÇÃO DO CORDEIRO X PERFEIÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS
VS. 5-6
“5 O cordeiro, ou
cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das
cabras, 6 e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia
da congregação de Israel o matará à tardinha”.
1.
Se o cordeiro da Páscoa deveria ser sem defeito, Cristo o “Cordeiro de Deus”,
instrumento de tratamento contra o pecado (Jo 1.29), não teve defeito
algum: “18 sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos
vossos pais, 19 mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem
mancha, o sangue de Cristo”, 1Pe 1.18-19.
2.
Assim como o cordeiro pascal deveria ser inspecionado – esta é a razão porque
ele deveria ser guardado do décimo ao décimo quarto dia antes de ser imolado –
assim também o Cordeiro de Deus foi inspecionado. Após cumprir uma rotina:
levado à casa de Caifás, o sumo sacerdote (Mt 26.57); entregue a Pilatos
(Mt 27.2); enviado a Herodes (Lc 23.7); devolvido a Pilatos (Lc
23.11), temos a conclusão de Pilatos: “... eu não acho nele crime algum”, Jo
19.4.
III. O SANGUE NA VERGA DA PORTA – PROTEÇÃO CONTRA O ANJO DA MORTE; O
SANGUE DE CRISTO – RESGATE DO CONTROLE DO DIABO
VS. 7, 12-13
“7 Tomarão do sangue,
e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
12 Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os
primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre
todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor. 13 Mas o sangue
vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por
cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a
terra do Egito”.
1.
Se o sangue na verga da porta era o elemento de proteção contra a morte dos
primogênitos, o sangue de Cristo é nossa proteção contra as hostes diabólicas:
“Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de
Cristo chegastes perto”, Ef. 2.13. Antes de conhecer a Cristo estávamos
longe de Deus, prisioneiros do diabo, mas agora pelo seu sangue, fomos
aproximados de Deus longe da ação do inimigo.
2.
Se o sangue nos umbrais das portas e janelas os protegeram do anjo destruidor,
o sangue de Cristo nos protege e nos mantêm saudáveis na Igreja de Deus: “53
Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do
Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia. 55 Porque a minha carne verdadeiramente é comida,
e o meu sangue verdadeiramente é bebida. 56 Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue permanece em mim e eu nele”, Jo 6.53-56.
IV. A CARNE ASSADA E COMIDA NA INTEGRA, NOS MOSTRA A PLENITUDE DE
NOSSO COMPROMISSO COM O SENHOR
VS. 8-10
“8 E naquela noite
comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.
9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua
cabeça com as suas pernas e com a sua fressura. 10 Nada dele deixareis até pela
manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo”.
1.
Assim como os israelitas deveriam comer a carne do cordeiro na integra, não
podemos também receber Cristo no coração pela metade, pois o Senhor não aceita
um amor dividido: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a
um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis
servir a Deus e às riquezas”, Mt 6. 24.
V. OS “LOMBOS CINGIDOS”, OS “SAPATOS NOS PÉS”, O “CAJADO NA MÃO”,
TEM A VER COM FUGA APRESSADA DO CONTROLE DO MUNDO
V. 11
“Assim pois o
comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso
cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor”.
1.
Assim como os israelitas deveriam estar prontos para deixar o Egito
apressadamente, nós também, ao conhecermos a graça de Deus, e vislumbrarmos
nossa libertação do mundo e suas concupiscências, (1Pe 1.14), não
podemos adiar nossa decisão de nos tornarmos filhos dele. Observe o que Jesus
disse a alguém que queria segui-lo, mas antes desejava resolver uma pendência
familiar: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino
de Deus”, Lc 9.61.
2.
Muitos até fazem uma decisão por Cristo, mas são engolidos pela morosidade de
firmarem um compromisso real com Ele: “...mas os cuidados do mundo, a sedução
das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica
infrutífera”, Mc 4.19.
VI . A
PERPETUIDADE DO MEMORIAL NOS FALA DA VALOR ETERNO DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
V. 14
“E este dia vos será
por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações
o celebrareis por estatuto perpétuo”.
2.
Estamos lidando com uma ordenança que transcende o tempo com uma extensão para
a eternidade!
CONCLUSÃO
1.
Vimos a importância da Páscoa e sua simbologia relacionada à Ceia do Senhor. Se
a Páscoa relembrava a saída dos filhos de Israel da escravidão egípcia, a Ceia
nos faz lembrar que éramos escravos do diabo, do mundo e suas paixões, mas pelo
sacrifício de Cristo, fomos resgatados. Ele “...nos tirou do poder das trevas,
e nos transportou para o reino do seu Filho amado”, Cl 1.13.
2.
Assim como o cordeiro da Páscoa era imolado, assim também “Cristo, nossa
páscoa, já foi sacrificado”, 1Co 5.7.