A PORTA DOS CAVALOS - LIVRES DE CARGAS
NE 3.28
Pr. José Antônio Corrêa
1.
Os cavalos eram um meio de transporte. Levavam cargas, pesos. Em nossa vida,
esta porta fala do lugar por onde passam os fardos. Ela deve estar aberta para Jesus.
Todos os fardos devem ser lançados sobre Ele.
2.
Embora, Paulo nos fala que devemos levar as cargas uns dos outros - Gl 6.2,
“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”- não
significa que estas cargas necessariamente precisem estar sobre nossos ombros.
Não podemos ser sufocados pelos pesos que nos vêm, nem pelos que vêm sobre
nossos irmãos. Vamos ajudá-los, levando-os a Jesus.
3.
Certamente os irmãos, o próprio mundo, virão sobre nós com seus fardos e nós os
lançaremos sobre aquele que os pode carregar. Vejamos dois textos:
a)
Convite de Jesus, Mt 11.28-30, “28 Vinde a mim, todos os que estais cansados
e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei
de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa
alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.
As
condições opressoras do tempo de Jesus (domínio romano, impostos religiosos,
etc.), são contrastadas com a opressão da alma, v. 29. O peso da alma
deve ser lançado sobre Jesus.
Notar
a expressão “cansados e sobrecarregados”. Esta expressão é bastante
ampla, para indicar qualquer peso, ou carga da alma humana:
-
Tristeza – “A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me
segundo a tua palavra”, Sl 119.28. Ver também Sl 30.5, “...o
choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Porém há um tipo de
“tristeza” que nos faz bem – “Porque a tristeza segundo Deus produz
arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do
mundo produz morte”, 2Co 7.10.
-
Sofrimento – “Se não fora o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor
de Isaque, por certo me despedirias agora de mãos vazias. Deus me atendeu ao
sofrimento e ao trabalho das minhas mãos e te repreendeu ontem à noite”, Gn
31.42. Ver ainda At 7.34, “Vi, com efeito, o sofrimento do meu povo
no Egito, ouvi o seu gemido e desci para libertá-lo”.
-
Carga imposta por religiões, “Atam fardos pesados e difíceis de carregar
e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo
querem movê-los”, Mt 23.4.
-
Fraqueza mental, “mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando
contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos
meus membros”, Rm 7.23.
-
Fraqueza espiritual, “15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas,
à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente,
junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para
socorro em ocasião oportuna”, Hb 4.15-16.
b)
Ensino de Pedro, 1Pe 5.7, “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele
tem cuidado de vós”. O termo “ansiedade”, vem do grego “merinma”, que significa
“Algo que nos causa profunda preocupação”. Os leitores originais estavam às
voltas com uma terrível perseguição, que despontava sobre a Igreja. Esta
perseguição foi feroz, e é possível que nenhuma família cristã daqueles dias
ficou sem pelo menos um mártir. No “Concílio de Niceia”, no século IV D.C.,
dificilmente alguém, dentre os presentes, por motivo de perseguição, não trazia
uma cicatriz no corpo. Depositemos as causas de nossas ansiedades sobre Jesus.
Vamos ser livres de nossas cargas.
5.
Vamos confiar nosso fardos a Jesus, Is 26.3, “Tu, SENHOR, conservarás em
perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti”.