A PARÁBOLA
DO ARREPENDIMENTO
Por Pastor
Gilberto Stefano
Pr. José
Antônio Corrêa
Texto: Mt 21.28-32, “28 E que
vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho,
vai hoje trabalhar na vinha. 29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. 30
Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não
quero; depois, arrependido, foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai?
Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e
meretrizes vos precedem no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós outros no
caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e
meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal,
para acreditardes nele”.
Um nome igualmente apropriado para esta
parábola dos Dois Filhos seria “A Parábola do Arrependimento”, porque é
nela que temos o ensino e registro mais claro do ponto de vista de Cristo sobre
este assunto tão importante.
I. O
Arrependimento é a primeira e uma das mais importantes verdades do Novo
Testamento
1. Foi o teor da mensagem de João Batista, Mc
1.4, “...apareceu João Batista no deserto,
pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados”.
2.
Foi mencionado na primeira mensagem de Cristo, Mc 1,14-15, “14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia,
pregando o evangelho de Deus, 15 dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de
Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”.
3. Jesus enviou seus discípulos a pregar e o
que eles pregaram? Mc 6.12, “Então,
saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse”.
4. Examinando o livro de Atos, a primeira
pregação da Igreja de Cristo, Pedro pede aos ouvintes que se arrependam, Atos
2.38, “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos
pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
5. Paulo, outro grande pregador da igreja
primitiva, ressalta aos Atenienses idólatras: Atos 17.30, “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância;
agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam”.
6. O arrependimento era básico na mensagem
primitiva.
II. O
arrependimento é o ponto de partida pelo qual todos que entram no reino dos
céus precisam chegar a entendê-lo
1. Jesus deixa claro que todos os fariseus,
sacerdotes e anciãos precisavam se arrepender da mesma forma que os publicanos
e as meretrizes. Essa é uma verdade fundamental e vital. Não é um desses pontos
que pode haver variações de pensamentos.
2.
Paulo pregava que não havia nenhum justo capaz de fugir dessa realidade; Rm
3.10-19, “10 como está escrito: Não há justo, nem
um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se
extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um
sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano,
veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm enchido de
maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos
seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18
Não há temor de Deus diante de seus olhos. 19 Ora, sabemos que tudo o que a lei
diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja
culpável perante Deus”.
3. Professar uma religião ou ter sido criado
num ambiente religioso não faz diferença.
4. O fato do filho mais novo ter dito sim ao
pai não faz diferença. Ele não obedeceu.
5. Podemos dizer com segurança que o tempo da
salvação começa no arrependimento.
III. Jesus
enfatiza que o que condena os homens é o fato de não se arrependerem
1. Mateus 21.32, “Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não
acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém,
mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele”.
Foi o caso dos fariseus mencionados nesta parábola.
2. Ai de ti Cafarnaum... Lc 10.13, “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e
em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que
elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza”.
IV. A falta
de entendimento sobre a importância do arrependimento é a causa de muitos
problemas encontrados dentro do cristianismo nominal
1. A fraqueza das igrejas.
2. A Falta de um testemunho forte e corajoso.
3. A confusão das massas que mal sabem o que
é ser cristão, ou que é uma igreja. Elas não entendem que para ser cristão é
preciso haver uma transformação interna, operada pelo Espírito Santo, o qual,
transforma-as interna e externamente.
V. O
Arrependimento em algum ensinos ilustres do Senhor Jesus
1. Na parábola do filho pródigo encontramos o
momento em que ele se arrependeu, e nada é mais comovente do que a palavras que
Jesus usou para descrevê-la: “E tornando em si...”, Lc 15.17, “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu
pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!”.
2.
Na parábola do fariseu e do publicano. Toda a oração do publicano é um ato
notável de um homem arrependido de seus pecados e que precisa de ajuda, Lc
18.10-14, “10 Dois homens subiram ao templo com o
propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. 11 O fariseu, posto em
pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não
sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como
este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto
ganho. 13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque
todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”.
3. As pessoas perdoadas por Cristo eram
pessoas penitentes.
VI. O que é
o arrependimento - forma simplificada
1. Primeiro: Admitir o erro: a si
mesmo; a quem de direito; a Deus; ao mundo. Exemplo: O filho pródigo: “Caindo
em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai tem abundância de pão e eu aqui
pereço de fome?” Lc 15.17, ou em outras palavras: “Que bobagem é essa
que eu fiz em recusar de viver com meu Pai e achar que este mundo era melhor que
sua casa”?
2. Segundo: Sentir vergonha do que
fez, achando-se indigno de receber o perdão. Exemplo: O filho Pródigo: “Pai,
pequei contra o céu, e perante ti, e já não sou digno de ser chamado seu filho;
faze-me como um dos teus jornaleiros...”, Lc 15.18-19.
3. Terceiro: Provar e confirmar o
arrependimento, fazendo aquilo que de princípio havia se recusado a fazer.
Exemplo: o filho Pródigo: “E levantando-se foi para seu pai”, Lc 15.20.
4. Estes três passos podem ser vistos na vida
do primeiro filho. Ele ficou com o coração constrangido em não obedecer a seu
pai, admitiu o erro a si próprio, e foi para o trabalho humilhado.
4. O terceiro Passo é o mais difícil. É nesse
ponto que muitos chegam e desistem. Assumem o erro, envergonham-se, mas tem medo
de assumir publicamente que “realmente mudou” com suas atitudes.
5. O Jovem Rico é um bom exemplo de como ele
foi bem até este ponto: “Tendo, porém, o jovem ouvido
esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades”, Mt
19.22.
VII. A quem
é concedido o arrependimento?
1. Na parábola não fala de religiosos e os
beatos.
2. A parábola usa os termos “publicanos” e
“meretrizes”.
3. Os publicanos eram a pior espécie de
homens entre os judeus:
a) Tidos como ladrões por defraudarem o povo;
b) Tidos como carrascos por ordenar a prisão
dos que não conseguiam pagar os impostos;
c) Tidos como traidores da pátria. Cobravam
impostos a César e não a um rei judeu;
d) Tidos como os mais indignos de entrarem no
reino dos céus;
4. As meretrizes eram a pior espécie entre as
mulheres:
a) A Lei mandava apedrejá-las;
b) Sinônimo de imoralidade eram tidas como
“um nojo” para a sociedade;
c) Até hoje ser identificada como meretriz é
por si uma ofensa à família;
VIII.
Porque Jesus usou dois exemplos tão vis
1. Primeiro: Mostrar que para Deus a
condição do homem está nivelada em “pecadores”, Rm 3.23, “...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.
2. Segundo: Que a morte de Cristo é
suficiente para tirar os mais vis pecados, 1Co 6.20, “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai
a Deus no vosso corpo”.
3. Terceiro: Que meretrizes e
publicanos são capazes de chegar ao arrependimento quando muitos beatos não o
são: Mt 21.32, “Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes
nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo
isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele”. Ver ainda João
1.12, “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome”.
IX. Mas
temos ainda um último ensinamento nesta parábola: Está na palavra “depois”
1. Ela expressa ao mesmo tempo a misericórdia
e o amor de Deus.
2. Que seria desse primeiro filho sem esta
palavra. No começo negou-se a ir, mas “depois”, sem depois ele foi.
3. Que seria de Paulo se não houvesse essa
palavra após aquele dia que ele segurou as vestes dos assassinos de Estevão e
desencadeou a perseguição contra a Igreja de Cristo. Graças a Deus temos essa
palavra.
4. Quantos já recusaram servir a Deus como a
Bíblia ensina e estão tendo a oportunidade de ter em sua vida, neste dia, a
palavra “depois”.
Você pode um dia dizer: “Por muitos anos eu
recusei aceitar o evangelho e entregar minha vida a Jesus”. Mas “depois”, num
dia 13 de Janeiro, dia de azar para muitos, e sorte para mim, Ouvi a Palavra da
Salvação e me entreguei a Meu Mestre e Senhor Jesus Cristo.