O PARALÍTICO DE BETESDA
JO 5.1-15
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
1.
Durante o seu ministério terreno, Jesus curou muitas pessoas, possuídas pelas
mais terríveis enfermidades, Mt 4.23-24, "23 E percorria Jesus toda
a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e
curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 24 E a sua fama correu
por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias
enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e
ele os curava".
2.
No testo que lemos Jo 5.1-15, encontramos o Senhor realizando uma das
mais extraordinárias curas – a cura do Paralítico junto ao tanque de Betesda.
Queremos ver agora, quais os "fatos mais importantes dentro desta cura
realizada pelo Senhor":
I - A PREPARAÇÃO PARA O MILAGRE
(1-4)
"1
Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2 Ora,
em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu
Betesda, o qual tem cinco alpendres. 3 Nestes jazia grande multidão de
enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. 4
Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o
primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer
enfermidade que tivesse".
2.
O tanque próximo à porta das ovelhas. O nome do Tanque era "Betesda",
ou "Casa de Misericórdia".
a)
A multidão e a ansiedade pela cura. Durante seu ministério terreno, Jesus deu
atenção especial às multidões aflitas e necessitadas:
Curava seus enfermos, Mt 15.30, "E vieram a
ele grandes multidões, trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e
outros muitos, e lhos puseram aos pés; e ele os curou".
Ele as Alimentou por algumas vezes, Mt 14.19,
"Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os
cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e
partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões".
Ele as Ensinava, "Levantando-se Jesus, partiu dali para
os termos da Judéia, e para além do Jordão; e do novo as multidões se reuniram
em torno dele; e tornou a ensiná-las, como tinha por costume".
b)
O movimento das águas pelo anjo de Deus;
c)
A cura do primeiro que ali caía ou era jogado.
II - O HOMEM QUE RECEBEU O MILAGRE
(5)
"5
E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo".
1.
O paralítico que ali estava.
2.
Sua enfermidade era crônica. Ele a possuía há 38 anos.
a)
Que tipo de enfermidade era? O texto nos diz que era um tipo de paralisia
crônica.
b)
Se estava enfermo a trinta e oito anos, certamente já havia esgotado todos seus
recursos para a cura: médicos, dinheiro, bens, etc. Temos aqui uma figura do
homem sem Deus, que em seu estado de pecado, não pode ajudar a si próprio,
embora busque todo tipo de recursos. Somente Jesus Cristo pode solucionar a
questão do pecado, 1 Co 15.3, "Porque primeiramente vos entreguei o
que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras".
c)
Qual seria a causa desta enfermidade. Veja a recomendação de Jesus após a cura:
"Vai e não peques mais para que não te suceda coisa pior", v.14.
d)
Durante seu ministério, Jesus curou muitas enfermidades crônicas:
A mulher hemorrágica – enferma há doze anos, Mt 9.20-22,
"E eis que certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia,
chegou por detrás dele e tocou-lhe a orla do manto. 21 porque dizia consigo: Se
eu tão-somente tocar-lhe o manto, ficarei sã. 22 Mas Jesus, voltando-se e
vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquela hora a
mulher ficou sã.".
O cego de nascença, Jo 9.1, 5-7. "E passando Jesus,
viu um homem cego de nascença. 5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. 6
Dito isto, cuspiu no chão e com a saliva fez lodo, e untou com lodo os olhos do
cego, 7 e disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa Enviado). E
ele foi, lavou-se, e voltou vendo.".
A mulher encurvada, Lc 13.11-13, "11 E estava ali
uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava
encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se. 12 Vendo-a Jesus, chamou-a,
e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; 13 e impôs-lhe as mãos e
imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus.
III - A REALIZAÇÃO DO MILAGRE
(6-9)
"6
E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito
tempo, disse-lhe: Queres ficar são? 7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não
tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas,
enquanto eu vou, desce outro antes de mim. 8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma
o teu leito, e anda. 9 Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e
andava. E aquele dia era Sábado".
1.
Jesus sabia que o homem estava enfermo a muito tempo: Sua divindade.
2.
Fez uma pergunta até certo ponto esquisita: "Queres ficar são?". A
pergunta do Senhor, foi realizada com o propósito de iniciar uma conversa, no
sentido de desviar a atenção do paralítico das águas do tanque, e ao mesmo
tempo dando oportunidade para que ele fixasse sua atenção naquele que de fato
tem o poder da cura. Outro objetivo importante aqui era exercitar a fé do
paralítico, condição essencial para a cura.
IV - A REAÇÃO AO MILAGRE
(10-13)
"10
Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é
lícito levar o leito. 11 Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio
disse: Toma o teu leito, e anda. 12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que
te disse: Toma o teu leito, e anda? 13 E o que fora curado não sabia quem era;
porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande
multidão".
1.
O texto nos informa que aquele dia era um dia de sábado.
2.
Muitos religiosos judeus que presenciaram cena, vieram ao paralítico com
algumas imposições legais: "Hoje é sábado e não te é lícito carregar o
leito". Esta imposição religiosa advinha de uma falsa interpretação da lei
da guarda do Sábado, elaborada no Talmude (livro de interpretação de leis).
Jesus quebrou tal tradição rabínica o que provocou uma grande indignação dos
falsos religiosos.
4.
Diante a afirmação do paralítico os legalistas religiosos quiseram saber qual
era o homem que havia dito assim ao paralítico. Porém, como a cura foi rápida,
nem mesmo o paralítico chegou a conhecer Jesus.
V - O RESULTADO PROVENIENTE DO
MILAGRE
(14-15)
"14
Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não
peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. 15 E aquele homem foi, e
anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara";
1.
Nos diz o texto da Palavra de Deus, que Jesus encontrou o paralítico mais tarde
no templo, fazendo a ele uma advertência muito séria: "Vai e não peques
mais para que não te suceda coisa pior" (14). Embora a doença deste homem
possa ter sido provocada por algum pecado cometido, não significa que todas as
doenças sejam provocados por pecados. Podemos ver estava verdade em João
9.1-3: "1 E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. 2
Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para
que nascesse cego? 3 Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para
que nele se manifestem as obras de Deus.
2.
Uma pergunta que surge agora é a seguinte. Será que o paralítico foi apenas
curado fisicamente? Ou foi também curado espiritualmente, com a salvação de sua
alma?
3.
Devemos informar que de nada adiantaria a cura do Senhor para aquele homem se
ele não recebesse a salvação eterna. Jesus disse certa vez que é melhor entrar
na vida com uma mão, com um pé, ou com um olho a menos, do que tendo um corpo
perfeito e ser lançado no inferno, Mt 18.8-9, "8 Portanto, se a tua
mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te
é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres
lançado no fogo eterno. 9 E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e
atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que,
tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno".
CONCLUSÃO: O QUE NOS ENSINA A CURA
DO PARALÍTICO?
1.
Jesus cura toda e qualquer enfermidade.
2.
Jesus pode dar salvação eterna, o que é mais importante do que a cura de nossas
doenças.
3.
O pior não é ser paralítico fisicamente, mas sim, ser paralítico
espiritualmente, onde a graça de Deus está ausente.