O Jardim do Casamento

Cantares 4.16 e 5.1

Alex Ribeiro Carneiro

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

Introdução:

 

Este livro é, que tem como autor Salomão, para muitos tem sido uma alegoria do amor de Deus por sua Igreja, mas com a característica de ser uma leitura sapiencial, ou seja de sabedoria, que se destinge principalmente por centrar-se no âmbito comum do relacionamento humano.

 

Cantares ou Cânticos dos Cânticos, pode ser aplicado ao relacionamento conjugal.

 

É interessante que em todo seu conteúdo este livro busca demonstrar que o casamento se funda no amor nas dimensões:

 

a) da Autodoação;

b) da Paixão e

c) do Compromisso.

 

Este é o espectro do amor de Deus por sua Igreja, e deve servir de exemplo a nós para a aliança do casamento.

 

E com base nisto, a partir dos versos que lemos, vamos falar sobre:

 

 

O jardim do casamento

 

 

A figura de um jardim é interessante porque trás a expectativa de beleza e também a necessidade de cuidado do casamento. Há uma relação direta de cuidado e sobrevivência, como no casamento.

 

É nesta perspectiva que gostaria que olhássemos o Casamento com base neste texto de Cantares.

 

 

I. O Jardim é a metáfora do Relacionamento em que se compartilha:

 

 

1. "OS SONHOS" 4.16ª.

"Sopra vento ... para que se derramem seus aromas".

 

 

Casamento é lugar de sonhar com o romance, com a beleza. É lugar de buscar a vida melhor, a concretização de expectativas e fantasias.

 

O pedido do sopro do vento deixa transparecer que estes sonhos precisam de ajuda para acontecer.

 

É interessante que o Espírito Santo na Bíblia trás a ideia de sopro, e o vento é em verdade um forte sopro.

 

Portanto, queridos, sem ação do Espírito estes sonhos podem ser bons, mas, provavelmente não se realizarão.

 

Pois Deus é o autor do casamento e o cordão forte que o sustenta. Casamento é sonho de felicidade de aroma doce e suave, que só ocorrerá se impulsionado por Deus.

 

Casamento é a confirmação disto, total ou parcialmente, dependendo da parcela que permitimos Espírito Santo soprar.

 

 

2. "O DESEJO DE COMPLETAR"

4.16b. "venha e coma".

 

 

Mas não qualquer coisa, mas frutos excelentes. Casamento é portanto compartilhar, doar, oferecer o que temos de melhor.

 

Jesus, o noivo, fez assim com sua Igreja. Veja o que Paulo recomendou:

 

“vós maridos amai como Cristo amou a Igreja, e deu sua vida por ela".

 

Para tais frutos é necessário também esperar um pouco, eles não virão logo, pois para tê-los é necessário:

 

a) preparar a terra do nosso coração;

b) semear a semente da renúncia;

c) podar a folhas machucadas de nossos traumas;

d) limpar as ervas daninhas de nosso caráter;

e) adubar muito com a Palavra;

f) e regar muito com o Espírito de Deus.

 

Por vezes não obtemos bons frutos porque somos jardineiros negligentes, que queremos o jardim mas não o trabalho de cuidar dele. Sabendo que isto requer tempo, dedicação e abdicação.

 

E em nossa negligência olhamos para outros jardins e achamos que são melhores. Ou então não colhemos frutos, mas vemos nosso jardim seco e sem vida, sem beleza porque não cultivamos efetivamente o desejo de compartilhar, de doar.

 

 

3. "O COMPANHERISMO" 5:1.

“minha irmã...".

 

 

Aliás, este é um ponto crucial. Pois no casamento existe:

 

a) alegrias;

b) lutas;

c) paixão;

 

Mas o que o firma realmente é o companheirismo; o ombro amigo; o ouvido disponível; a mão amiga. A compaixão com o outro.

 

 

II. E este relacionamento deve ter o compromisso

 

 

ALIANÇA: 5:1. "noiva minha..."

 

 

Pessoa que amo e que me comprometo a servir, a cuidar.

 

A aliança do casamento é tremenda porque envolve um instituto criado por Deus, e que ele valoriza. Ou seja, é uma aliança com o próprio Deus.

 

Três pontos:

 

a) aliança para com o amor da mocidade;

b) aliança de fidelidade;

c) aliança de amor como de Cristo - amor de sacrifício e compromisso.

 

 

Conclusão:

 

 

O jardim como metáfora do relacionamento conjugal nos reflete os sonhos; o desejo de completar; o companheirismo e a aliança de fidelidade e sacrifício do casamento.

 

Contudo só assim é que gozaremos os frutos deste jardim, das bênçãos que produzirão.

 

E, portanto gozar do doce mel deste jardim, de beber o vinho das uvas que nele se produziram, alimentos estes que tornam o casamento doce e saudável, pela capacidade medicinal e pela força nutritiva de seus frutos.

 

E este será um relacionamento que será uma bênção não só para os noivos mas para todos os que dele possam ser convidados a participar dos frutos.