CASAMENTO: CONSELHO PARA EVITAR DISSENSÕES

Por Richard Baxter

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

1. Mantenham vivo seu amor um pelo outro. Ame sua esposa afetuosa e fervorosamente. O amor subjugará a ira; você não poderá ser rancoroso, por causa de pequenas coisas, com alguém que você ama afetuosamente; tampouco dirá palavras ríspidas, indiferentes, ou qualquer forma de ofensa (Lv 19:8; Sl 133:1; Pv 15:17; Rm 12:10; Rm 14:19; Rm 15:1; 1 o 13:4-7).

Destaque: Pv 15.17, “Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio”.

2. Marido e esposa têm que mortificar os sentimentos de orgulho e egoísmo (Lc 9:23; Sl 101:5; Pv 16:5; Pv 21:4; Pv 28:25; Mt 23:12; 1Pe 5:6).  Estes são sentimentos que causam intolerância e insensibilidade. Vocês têm que orar e labutar por um espírito humilde, manso e quieto. Um coração orgulhoso é incomodado e provocado em cada palavra que pareça assaltar sua autoestima (Sl 10:4; Os 7:10; Pv 13:10; Pv 28:25).

Destaque: Pv 16.5, “Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune”; Pv 13.10, “Da soberba só provém a contenda; mas com os que se aconselham se acha a sabedoria”.

3. Não esqueçam que vocês dois são pessoas doentes, cheios de debilidades; e, portanto, esperem o fruto dessas debilidades um no outro; e não se surpreenda com elas, como se você não soubesse disto antes. Decidam ser pacientes um com o outro; lembrando que vocês tomaram um ao outro, como pessoas pecadoras, débeis, imperfeitas e não como anjos, ou como inocentes e perfeitos (Jr 17:9; Rm 7:24; 1 Jo 1:8).

Destaque: Jr 17.9, “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?”.

4. Lembrem-se ainda que vocês são uma só carne e, portanto, não fiquem mais ofendidos com as palavras ou faltas do outro, do que vocês ficariam se elas fossem suas. Zangue-se com as faltas de sua esposa na mesma medida que se zanga com você, pelas suas. Tenha a mesma intensidade de raiva e desgosto contra uma falta, quanto terá de empenho e determinação para remediá-la sem machucar e agravar a parte ferida. Isto transformará raiva em compaixão, e o levará a administrar cuidados para a cura (Ef 4:26; Ef 4:32; Tg 1:19).

Destaque: Ef 4.26, “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira”; Ef 4.32, “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.

5. Concordem previamente um com o outro que quando um de vocês estiver pecaminosamente bravo e transtornado, o outro, silenciosa e gentilmente, aguentará até que o irado volte à sanidade (Ef 4:2; 1 o 13:4).

Destaque: 1Co 13.4, “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece”.

6. Tenham um olho no futuro e se lembrem que vocês têm que viver juntos até a morte, e devem ser o companheiro e o conforto da vida um do outro, e então vocês verão como é absurdo vocês discordarem e transtornarem-se mutuamente (Ec 9:9; Rm 7:2).

Destaque: Ec 9.9, “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu trabalho, que tu fazes debaixo do sol”

7. Até onde você for capaz, evite todas as ocasiões de ira e discussão sobre os assuntos de seus familiares (Gn 2:24).

Destaque: Gn 2.24, “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne”

8. Se você está tão bravo que não pode se acalmar, pelo menos controle sua língua e não fale palavras escarnecedoras e ofensivas, que abanarão o fogo e aumentarão a chama; não ventile sua raiva porque você somente alimentará sua vingança carnal. Mantenha-se calado, e você retornará muito mais cedo à sua serenidade e paz (Gl 5:15; Tg 3:5, 6,8).

Destaque: Gl 5.15, “Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais uns aos outros”.

9. Deixe o cônjuge calmo e racional falar cuidadosamente e submetendo suas razões ao outro (a menos que seja uma pessoa tão insolente que fará coisas piores). Normalmente algumas advertências sensatas e sérias, irão revelar-se como água fria na panela fervente. Diga ao seu cônjuge irado, "Você sabe que isto não deveria estar ocorrendo entre nós; o amor deve acalmar, e esta raiva causará arrependimentos. Deus não aprova isto, e nós não aprovaremos também quando esta discussão houver terminado. Esta disposição mental é contrária a uma disposição de oração, e este linguajar é contrário à linguagem de oração; nós temos que orar juntos; não façamos nada agora além de orar; de uma só nascente não pode brotar água doce e amarga", etc. Um pouco de calma e palavras condescendentes de razão, podem parar as torrentes, e reavivar a razão que a raiva quis sobrepujar (Pv 15:18; Mt 5:9; Sl 85:8).

Destaque: Pv 15.18, “O homem iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta”

10. Quando vocês agirem pecaminosamente para com seu cônjuge, confessem um ao outro e peçam perdão, e unam-se em oração a Deus pedindo perdão; na próxima vez, isto agirá como um preventivo em vocês que, seguramente, se envergonharão por fazer novamente o que confessaram e pedirão perdão para Deus e para os homens (Ef 4:32; Tg 5:16).

Destaque: Tg 5.16, “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação”